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MISSÕES JESUÍTAS
Uma visita turística ao Paraguai não estará completa se você não for conhecer as ruínas das Missões Jesuítas que existem no país.
As ruínas das antigas Missões Jesuítas estão espalhadas por vários países da América do Sul, principalmente na Argentina, no Brasil e no Paraguai.
No Paraguai, os jesuítas construíram 8 reduções, porém em apenas 3 (La Santísima Trinidad, San Cosme y San Damian e Jesús de Tavarangue) ainda existem ruínas.
Onde existiam as demais, atualmente existem apenas museus e/ou igrejas que remetem à época. A exceção é a antiga Missão Jesuíta de Itapuá, que deu origem a cidade de Encarnación.
Todo mundo sabe que as Missões Jesuítas foram assentamentos indígenas organizados e administrados pelos padres jesuítas né? Também sabem que estas missões tinham como objetivo principal “civilizar” os nativos e catequizá-los, propagando a religião católica?
Apesar da doutrinação religiosa, as reduções jesuítas protegeram os indígenas da escravidão e até mesmo da morte causada pelos espanhóis.
Bom, se você faltou esta aula na escola, fique ligado aqui no blog que em dia faremos um post mais completo falando mais sobre as Missões Jesuítas. Antes deste post vamos falar sobre as missões que visitamos, tanto no Paraguai, como na Argentina (nós ainda não conhecemos as do Brasil, acredita!?)…
Nós visitamos as 2 missões mais importantes do Paraguai, a La Santísima Trinidad e a Jesús de Tavarangue, ambas localizadas no Departamento de Itapúa, a poucos quilômetros da cidade de Encarnación.
Aliás vale ressaltar que Encarnación foi uma grata surpresa! A cidade é muito tranquila, limpíssima e bem bonita, vale a pena conhecer!
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Missão Jesuíta La Santisima Trinidad del Paraná
A Missão Jesuíta Guarani de La Santisima Trinidad del Paraná é uma das reduções jesuítas mais importantes do Paraguai.
Foi construída em 1706, sendo uma das últimas missões a serem construídas na região. Trinidad é a mais extensa das missões paraguaias e já chegou a abrigar cerca de 3000 indígenas.
Atualmente La Santisima Trinidad é considerada como a ruína mais bem preservada do Paraguai, sendo a Missão Jesuíta que possui a estrutura urbana mais preservada entre todas as Missões Jesuítas.
Juntamente com a Jesus de Tavarangue, La Santisima Trinidad é Patrimônio Mundial da UNESCO desde 1993.
Localizada praticamente ao lado do km 31 da “Ruta 6”, a estrada que liga Ciudad del Este a cidade de Encarnación, La Santisima Trinidad tem fácil acesso e é a mais visitada das Missões Jesuítas do Paraguai.
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Ainda que seja a redução jesuítica mais visitada do país, não recebe aquela multidão de turistas e o visitante que for conhecer Trinidad terá a oportunidade de apreciar o local sem ter que dividir o espaço com muitas pessoas.
Como é visitar La Santisima Trinidad
A visita a Missão Jesuíta de La Santisima Trinidad é feita em companhia de um guia após o pagamento de 25 mil Guaranis, que é o valor da entrada.
Vale ressaltar que este ingresso de 25 mil guaranis (cerca de R$14,00) dá direito a entrada nas 3 missões jesuítas do Paraguai: La Santisima Trinidad del Paraná, Jesus de Tavarangue e Cosme y Damian.
O inicio do tour começa no centro de atendimento ao turista, onde existe um pequeno Museu, o “Museo de la Misión“.
Neste museu é possível conhecer um pouquinho da história das missões guaranis e também contemplar alguns exemplares de peças ornamentais da cultura Guarani, fotografias e algumas obras feitas por indígenas que habitaram as reduções.
Antes de iniciar o tour pelas ruínas é exibido um pequeno filme que também conta um pouco da história das Missões Jesuítas. O filme é super rápido e serve pra que os visitantes consigam entender um pouco do que irão ver pela frente.
Logo que de fato adentramos na Missão, o primeiro lugar que conhecemos é a região da Plaza Mayor. Atualmente esta área é um enorme gramado rodeado por dezenas de edificações que outrora formavam o complexo da Redução Jesuíta Trinidad.
A maioria destas construções eram habitações utilizadas pelas famílias indígenas que moravam na redução. Vale a pena dar uma passeada por entre elas, observando os detalhes arquitetônicos e os arcos que lembram o estilo romano.
Mais adiante, do lado oposto ao portão de entrada, estão as ruínas da Iglesia Mayor, maior construção de todo o conjunto.
A Iglesia Mayor, imponente perante as demais edificações, destaca-se não só pelo seu tamanho, mas também pelos detalhes talhados em suas paredes.
São vários desenhos em estilo barroco guarani, que somados aos objetos espalhados pela igreja (como o púlpito, o altar e as a estátuas angelicais), fazem com que o visitante fique admirado com os detalhes das construções.
Circulando a igreja, ao seu lado está um pequeno espaço que praticamente serve como museu.
Neste local estão armazenados inúmeros objetos como pedaços de imagens, sinos, partes da edificação etc.
No trajeto de saída, já no caminho de retorno ao ponto de partida, além de contemplar um outro angulo das ruínas das casas dos indígenas, ainda podemos observar a beleza de um Campanário que fica posicionado ao lado da igreja menor.
Show noturno de luzes e sons
Além de visitar as ruínas de La Santisima Trinidad durante o dia, ainda é possível visitá-las durante à noite, quando acontece um espetáculo de luzes e sons.
O circuíto noturno acontece de Quinta a Domingo e se inicia assim que escurece.
O trajeto percorrido é similar ao feito durante o dia. A diferença é que durante à noite o visitante percorrerá as ruínas em meio a um show de luzes e sons, cuja ideia é fazer com que o visitante sinta-se como nos tempos dos jesuítas.
Ao longo do trajeto, o visitante poderá ouvir sons cotidianos, que junto aos efeitos luminosos, proporcionam um espetáculo interessante.
Nas paredes da igreja maior são projetados pequenos vídeos relacionados as Missões Jesuítas. O circuíto dura em torno de 40 minutos.
Nós estivemos visitando o show de luzes e sons nas duas ocasiões em que estivemos na região.
Detalhe interessante é que na primeira vez, quando fomos sozinhos, chegamos lá e não tinha mais ninguém, mesmo assim o guia, extremamente cordial, nos levou e fez um tour exclusivo e muito agradável.
Não lembramos o nome deste guia, mas ele era extremamente gentil e nos contou inúmeras histórias e curiosidades sobre as ruínas, mais até que no dia em que estivemos lá a convite da Secretária de Turismo do Paraguai.
Como chegar a Missão Jesuíta La Santisima Trinidad
Estivemos 2 vezes em La Santisima Trinidad, a primeira vez por conta própria, quando estivemos viajando pelo Paraguai e Argentina em 2016 e a segunda vez, quando em 2017 estivemos percorrendo o Paraguai a convite da Secretária de Turismo daquele país.
Na primeira vez fomos até La Santisima Trinidad através do transporte público e para isso utilizamos os ônibus que partem do Terminal Rodoviário da cidade de Encarnación.
Não tem segredo, os ônibus partem o tempo todo, basta pegar os ônibus que vão a Ciudad del Este e pedir pra descer em Trinidad. São cerca de 28 km e o ônibus para em frente a uma grande placa indicando as ruínas, dali é preciso caminhar aproximadamente 500 metros até o centro de atendimento ao turista.
Já pra quem está em Ciudad del Este e região (como Foz do Iguaçu) é preciso pegar o ônibus no Terminal Rodoviário de Ciudad del Este até Encarnación. São cerca de 250 km e mais ou menos 4 horas de viagem…
Também é possível fazer este percurso de carro, as estradas paraguaias são muito boas.
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Na verdade, no Paraguai foram oito. A cidade de Encarnación está onde foi uma delas (Itapua). Argentina: 15; Brasil: 7. São os 30 povos.
A descrição de vocês está ótima, adorei. Parabéns!
Eu dei sorte de ir justamente no dia que voltou a funcionar os equipamentos da visita noturna (01/01/2018).
Achei a melhor misión mesmo (visitei as três paraguaias e três argentinas). Os guias em todas foram ótimos. Eu estou encantada. Quero conhecer as brasileiras.
Muito se fala sobre as missões, mas o Brasil tem o péssimo hábito de idolatrar vilões, como os bandeirantes. Em todas elas, ficou muito claro a importância das missões. Os índios estavam sendo escravizados pelos colonos, pelos bandeirantes, tinham que pagar impostos à Coroa. A missão era um refúgio para eles, pois trabalhavam para seu próprio sustento. Havia dois padres para cada missão, que chegava a ter 5.000 pessoas. Elas tinham proteção jurídica e não trabalhavam por dinheiro, era na base da troca. O que era comum, era o sustento do coty grazu, onde ficavam os idosos, órfãos e viúvas. Na mata, que seria o “ideal”, estavam ameaçados, eram atacados. Até que cresceram tanto, que a Coroa viu como uma ameaça, mandou desmanchar as missões, os jesuítas ficaram do lado dos índios e foram mortos ou exilados. Em 30 anos, não havia mais nenhuma. Foram se “misturar” com os espanhóis, trabalhar para os colonos, eram mão de obra especializada (sabiam ofícios, línguas, tocavam instrumentos musicais etc.), serem escravos e aí sim se espalharam e perderam suas tradições.
Os padres jesuítas tinham suas regras, mas em tudo se vê o respeito pela tradição guarani. Por exemplo: viúva não se casava de novo, ia para o coty grazu (viúva pode casar na Igreja, mas não para os guaranis); continuaram elegendo o cacique (que passou a ficar no Cabildo).
Os padres levaram saúde e higiene, com a questão dos “banheiros”, por exemplo. Os doentes, ficavam em quarentena na mata para evitar epidemias. Ah, mas o homem branco levava doença. Sim, mas só os padres fariam isso? E as doenças que pegaram trabalhando para os espanhóis ou sendo escravos? É fácil para quem não vive essa realidade de higiene dizer que era melhor para o índio ficar na mata, mas não quer ir morar lá.
Eles não eram obrigados a ficarem na missão; se iam e ficavam é porque estava melhor. Quando a Coroa mandou fechar, eles não aceitaram, então era bom para eles.
Teve matança? Sim. Por parte de quem? Dos espanhóis! É nessa tecla que a maioria dos ignorantes no assunto bate, mas não diz a história completa.
Enfim, me apaixonei pelos lugares, pela história, pelas visitas.
Demais Cintia, ia escrever um pouco mais sobre as missões neste post, mas como queria estender o assunto, resolvi fazer um post completo, mais tarde, depois que terminar de relatar sobre as missões que visitamos. De fato é exatamente isso que você relatou, os Jesuítas protegeram os indígenas da matança e escravidão realizada pelos espanhóis. Tanto que logo depois que foram expulsos, milhares de indígenas foram mortos. Concordo com tudo que citou. Agradeço por agregar informações ao post. Em relação a 8ª missão, em Encarnación, de fato desconhecia. Vou corrigir a informação no post, mais uma vez obrigado. 🙂
Estou programando uma viagem pela America do Sul e estou a ponto de decidir se incluo Paraguai ou não. Esse post me deixou com mais vontade, muito legal saber da história e ver tantas ruínas lindas!
Olá Adriana. O Paraguai é um país que ainda não foi descoberto pelos turistas e por isso mantém uma autenticidade difícil de encontrar por aí. Eu se fosse você colocaria o Paraguay no roteiro, nem que seja a região de Encarnación (que dá pra emendar com Posadas, na Argentina, onde estão algumas das ruínas argentinas) e Assunción. Se for conta pra gente. 😉
Nossa, que lugar fantástico, adoro essas ruínas jesuítas. E o espetáculo noturno? Deve ser inesquecível!!!
Olá Adriana! É de fato um lugar bem legal mesmo! Vale conhecer!
Que lugar lindo! Amei as fotos!!!! Um passeio muito interessante para se conhecer a história do nosso país vizinho e relativamente fácil de se chegar a partir de Foz do Iguaçu (embora um bate-volta seja meio cansativo). Ótimo post.
Verdade Lulu, um passeio bastante interessante mesmo, e não só pra conhecer a história do país vizinho, pois a história das missões jesuítas está intimamente ligada a nossa história, já que boa parte do Brasil foi habitada pela etnia guarani. 😉
Eu já tinha ouvido falar nessas ruínas bem por alto e agora que li mais sobre elas fiquei com bastante vontade de encaixar em um roteiro à Foz do Iguaçú! Adorei aa dicas e l relato!
Olá Aninha, vale a pena dar uma esticadinha, conhecer estas ruínas, as ruínas de Jesus de Tavarangue e também Encarnación… Se tiver tempo dá um pulo na Argentina e visita as ruínas argentinas que ficam ali do ladinho… 😉
Conheci São Miguel das Missões no RS e achei incrível.. Legal conhecer um pouco mais sobre essa no Paraguay.. Pelas fotos me pareceram bem conservadas e muito bonitas..
Ainda nos falta conhecer as ruínas de Sâo Miguel no Brasil. Queremos conhecer em breve… 😉
Lugar bem bonito, lindas as fotos, estilo de viagem bem diferente que vale muito a pena conhecer. Esta na minha lista.
Vale a visita Rafaella, sem duvida. 🙂
Já fui tantas vezes ao Paraguai e a Foz e nunca coloquei as ruínas no roteiro, da próxima vez terei que ir. Seu post tá completão e as fotos lindas.
Obrigado por compartilhar
Vai mesmo Diego, vai ver que o Paraguai é muito mais que apenas Ciudad del Este. Tenho certeza que irá gostar! 😉
O lugar é belíssimo e está bem preservado. Não admira que tenha classificação da Unesco. Ainda por cima o preço da entrada é simpático. Gostei muito do passeio.
Abraço
Verdade Ruthia, uma ótima escolha da Unesco. 🙂
eu visitei na argentina (san ignacio) e no rio grande do sul (sao miguel) e todas tão distantes e muito parecidas! quero muito conhecer o paraguai além da ciudad del este!
Ainda nos falta as ruínas do Rio Grande do Sul, mas iremos conhecer em breve. Isso mesmo Angela, precisa conhecer o Paraguai, além de Ciudad del Este. 🙂
quando passamos pelo Paraguai vimos as missões e como elas são fantásticas, ainda quero voltar a essa parte do país e também conhecer as do Sul do Brasil, que post fantástico Ita, muito completo! Abraços
São muito legais né Flávia, também queremos conhecer as do sul do Brasil, Flávia! Obrigado pela visita! Abraços! 😉
Oieee
Que lugar lindo e cheio de história. Não sabia que existia.
Obrigada por compartilhar.
Abraços
Thais
Que bom que gostou Thais. 🙂
Sou vizinha, moro na fronteira minha próxima viagem e vai ser logo sra p as missiones, uma vontade q tenho já faz anos!!! Adorei o
Post
Oi Eliana! Você vai gostar! Aproveite pra ir visitar também as ruínas que ficam na Argentina, que ficam ali pertinho! Um abraço e boa viagem!