Você já pensou em visitar Quito? Se sim, provavelmente você também pensou em visitar a “metade do mundo” e tirar uma foto na famosa linha do Equador, onde teoricamente você fica com um pé no Hemisfério Norte e outro no Hemisfério Sul. A famosa linha é uma das atrações mais emblemáticas do Equador, mas você sabia que o monumento e a linha não estão posicionados exatamente na Latitude 00º 00′ 00″ ? Isso mesmo, a verdadeira Latitude 00º 00′ 00″ fica a cerca de 240 metros dali… Nós visitamos o Museu Intiñan que, segundo dizem, é o local exato da verdadeira linha do Equador. Confira como foi nossa visita.
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Museu Intiñan e a verdadeira linha do Equador
No século XVIII, um grupo de franceses que integravam uma missão geodésica passaram 8 anos estudando a posição em que seria definida a linha que divide o planeta em 2 hemisférios e a marcação exata da Latitude 00º 00′ 00″.
Mal sabiam eles que os sábios indígenas do Valle de Lulumbamba, por meio de observações solares e astronômicas já sabiam que o centro do mundo estava posicionado sobre aquele lugar, que chamavam Inti (Sol) Ñan (caminho).
Muito antes dos franceses chegarem e sem o auxilio de qualquer tecnologia, os povos originários já sabiam que era no “caminho do sol”, que nos dia 21 de março e 21 de setembro, o sol iluminava o vale de maneira perpendicular.
E por falar no lendário caminho do sol, o responsável pela fundação do Museu foi o filho de um grande estudioso deste fenômeno. Logicamente o museu não poderia ter outro nome, se não IntiÑan (Caminho do Sol).
O professor Humberto Vera foi o primeiro a estudar os indígenas da etnia Quitu Caras (povo que habitava a região e tinha grande domínio da astronomia). Também foi um dos primeiros a estudar sobre a linha do Equador e além disso foi o cara responsável pela pintura de uma linha vermelha para os turistas tirarem fotos no primeiro Monumento Ecuatorial, em 1936 (falamos sobre o primeiro monumento no post sobre a Ciudad Mitad del Mundo).
Assim sendo, Fabián Vera, filho do professor Humberto Vera, seguiu o caminho do pai e em uma grande tacada montou o Museu IntiÑan.
O Museu Intiñan resgata, preserva e difunde o conhecimento da cultura solar que possuíam os povos que habitaram a região. Além disso, o museu também propaga a cultura e história de várias regiões do Equador.
Como é visitar o Museu Intiñan
Depois de termos visitado a “Ciudad Mitad del Mundo“ corremos para o museu que fica ali na vizinhança e que, segundo tínhamos ouvido falar, é onde está a verdadeira Latitude 00º 00′ 00″.
Perguntamos e nos falaram que era só sair do complexo e seguir o muro a esquerda que logo chegaríamos ao museu.
Fizemos isso e logo que saímos do parque encontramos uma ruazinha deserta (e com aspecto meio sinistro), com uma pequena placa na esquina indicando “Museo”.
Como sabíamos que muita gente só visita a Ciudad Mitad del Mundo e a maioria das pessoas ignora o Museu, seguimos a rua até uma pequena entrada onde também não tinha ninguém.
Lá tinha uma bilheteria com preço e uma porta, mas não tinha ninguém pra cobrar. Pensamos que poderia estar fechado, mas escutamos um burburinho e decidimos entrar pela pequena porta.
Antes mesmo de dar tempo da gente se localizar dentro do local, uma senhora muito educada nos abordou cobrando os ingressos: U$4,00 por pessoa. Pagamos e fomos levados até um banquinho onde esperamos a formação de um grupo.
Confira o vídeo que fizemos sobre a Ciudad Mitad del Mundo e Museu Intiñan:
O passeio pelo Museu Intiñan
Os passeios são realizados em grupos, acompanhados por guias muito bem treinados que percorrem os vários ambientes do museu.
Nosso guia nos contou sobre a cultura equatoriana, sobre o caminho do sol e sobre algumas curiosidades referentes a linha do Equador.
Cabanas típicas de etnias indígenas equatorianas
O primeiro ambiente que visitamos se refere a parte amazônica do Equador. Neste lugar ficamos sabendo algumas curiosidades sobre a fauna e flora da região e sobre alguns costumes dos indígenas que habitam a amazônia equatoriana.
Não deixe de observar o curioso e impressionante ritual de redução de cabeças (Tsantsa) realizado pelos índios Jivaro.
Em seguida, o passeio segue por uma habitação construída por indígenas da etnia Huao, que viveram 2 semanas no museu com a finalidade única de construir uma autentica “Choza Huaorani“, tal como as próprias moradias existentes na região amazônica.
Também existe uma habituação da etnia Kichwa (variante dos Quechua), que foi igualmente construída pelos próprios Kichwas .
Outra habitação bastante interessante é uma cabana original datada de 1875. Nela podemos ver como era a vida dos populares daquela região no passado.
Não deixe de observar o sistema de isolamento térmico das casas e também as curiosidades, como por exemplo a capa protetora contra chuva que a própria fumaça do “fogão” (que na verdade era uma fogueira) criava.
Totens de várias partes do mundo
O passeio continua em meio a diversos Totens de diversas regiões da América Latina.
É o Bosque Totêmico, onde podemos encontrar 11 réplicas de totens e esculturas de várias partes.
Entre os totens há réplicas de um Moai da Ilha de Páscoa, um Atlante de Tula, do México, um Antropolito de Mercedes, do Uruguai e um Venus de Tacuarigua, da Venezuela.
O projeto tem como objetivo reunir mais de 100 totens de várias partes do mundo.
Tumba ancestral
Também podemos conferir uma réplica de uma tumba ancestral, onde eram mumificados e sepultados os mortos.
O que chama atenção deste lugar é que no caso de morte de pessoas importantes nas tribos, também eram enterradas suas companheiras…vivas!
Estas eram obrigadas a tomar uma bebida pra dormir e sabe-se lá se morriam sufocadas, ou morriam depois de acordar dentro de um jarro gigante, já enterradas!!! Imagina o desespero!
Latitude 00º 00′ 00″
Conhecer mais sobre a história do Equador e sobre a cultura dos povos ancestrais é muito interessante, mas o que mais gostamos no Museu IntiNãn foram as experiência realizadas junto a uma linha vermelha, que supostamente é a verdadeira linha do Equador.
Embora ninguém do museu confirme, a linha está enfaticamente sinalizada como a Latitude 00º 00′ 00″ – Calculada por GPS.
É neste local que estão diversos aparelhos interessantes como um relógio solar e um Calendário solar, o Nomón (aparelho de pedra que marca as estações do ano).
Nós visitamos a Linha do Equador e ficamos com um pé no hemisfério norte e um pé no hemisfério sul. Também queremos visitar o Meridiano de Greenwich, que corta o mundo em leste e oeste.
Experiências sobre a linha do Equador
Também é sobre a linha vermelha que são feitas várias experiências como a famosa experiência da água onde podemos observar o efeito Coriolis, quando a água não gira pra nenhum lado sobre a linha, mas gira em sentidos opostos quando colocada em cada um dos lados da linha.
Segundo dizem, é exatamente o que acontece também com os ciclones, furacões etc.
Crianças mal educadas!
Temos que fazer uma observação aqui! Quando estávamos fazendo este passeio no nosso grupo tinha uma mulher Tcheca que morava no Equador e estava no museu com duas crianças!
Ficamos putos da vida porque a mulher não tomava nenhuma atitude e as crianças atrapalhavam as experiências, inclusive metendo a mão na água quando o guia fazia esta experiência (dá pra ver o dedo do mal educadinho na foto acima)!
Gente mal educada, cuidem de seus filhos!!! (como nos queríamos que este post chegasse até ela um dia).
Equilibre um ovo na cabeça de um prego
Outra experiência famosa que é feita no Museu IntiNãn, é equilibrar um ovo na cabeça de um prego.
Quem consegue este feito ganha até um diploma! Eu ganhei, já a Pati achou que era brincadeira do guia e nem tentou, ficou sem diploma!
Outras experiencias são feitas, como por exemplo um teste de força sobre a linha que aparentemente diminui sua força, já que fora da linha você faz o mesmo teste e fica forte novamente.
Outra experiência interessante é caminhar de olho fechado sobre a linha, quando uma “gravidade diferente” pode ser sentida…
Embora as experiências sejam bem convincentes existem rumores que na verdade são truques…
Mas como tudo naquela região é meio polêmico, pelo sim e pelo não, vale a pena visitar o Museu IntiÑan e os U$4,00 da entrada são muito bem pagos.
Como já falamos no post da Ciudad Mitad del Mundo, vale muito mais a pena pagar estes U$4,00 do que a diferença no “ful pass” do parque maior.
Atelier de moradores locais
No final do tour somos levados até um atelier de moradores da região que nos mostram mais algumas curiosidades sobre a cultura dos locais e também como são confeccionados tapetes, redes, mantas etc.
Ali é possível comprar lembranças do Equador, do museu IntiÑan e da Metade do Mundo, além dos próprios objetos confeccionados pelos artesões.
Além de tudo que citamos acima existe mais um espaço que não sei porque motivo não nos foi mostrado, é uma câmara de pedras que mostra alguma coisa sobre os solstícios equinócios.
Imagino que não fomos lá porque o tempo estava nublado, sem sol…Ou porque já estava na hora de fechar… Em todo caso parece ser bastante interessante.
Além do certificado de equilibrador de ovo na cabeça de pregos, você também pode obter o carimbo da latitude 00º 00′ 00″ se desejar.
Como chegar ao Museu IntiÑan
Como temos certeza que se você for vistar o Museu IntiÑan, você também irá vistar a Ciudad Mitad del Mundo, também temos certeza que você irá ler nosso post que fala sobre nossa visita a Ciudad Mitad del Mundo.
Sendo assim, sabemos que você irá ler lá naquele post todas as maneiras de chegar até a Ciudad Mitad del Mundo e consequentemente ao Museu IntiÑan, que fica bem ao lado do famoso complexo, a cerca de 200 metros.
SERVIÇO:
Museo IntiÑan – http://museointinan.com.ec/
Valor do Ingresso: U$ 4,00 Menores de 12 anos U$2,00
Horário: Diariamente das 9h às 17h.
Endereço: Av. Manuel Córdova Galarza Km. 13/5 SN
Fone: +593 2-239-5122 Email: info@museointinan.com.ec
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Que legal. Achei interessante as experiências na linha. Gente, será que são truque??? Como saber??? E esse negócio de cabeça reduzida??? Muito legal a visita e o post.
Pois é! Se são truques, são bem convincentes! 🙂
Não sabia que existia o Museu também!!! Sempre vejo as pessoas visitando somente a Cidade… Fiquei morrendo de vontade de conhecer Quito… Vou tentar ir logo…
Muita gente não sabe mesmo, a maioria das pessoas que visitam a Ciudad Mitad del Mundo não vão no museu, uma pena porque é bem legal!
Que museu diferente! Nunca tinha ouvido falar! Eu não sou apaixonada por museus, mas não perco por nada museus desse tipo, onde podemos interagir e ver muitas curiosidades e coisas interessantes sobre o lugar! Curti muito!
Este é o tipo de museu onde nos divertimos bastante e a experiência é bem gratificante. 🙂
Curiosa pra saber sobre a cabeça reduzida! Eu tinha lido em alguma edição da Super Interessante que a coisa do ralo é um mito. Será que um museu enrolaria as pessoas a esse ponto? Bem, se vc pensar que há outra linha mundialmente difundidda como “a” linha do Equador a 220 km, não é de se duvidar. Mas eu com certeza iria ao Museu e até colocaria o ovo em pé! Kkkk
Pois é! Vai saber né!? De uma coisa temos certeza a experiência da força abrindo os dedos de um lado e tentando fazer o mesmo do outro realmente funciona porque nós fizemos em nós mesmos (ou é psicológico?).. hehehe Sei lá! De qualquer forma, achamos muito legal! 🙂
Eu adoro museus de todo tipo; acho uma maneira bárbara de adquirirmos conhecimentos diversos. Achei toda essa experiência que vocês narram excelente; Despertou minha vontade de conhecer mais dessa região e sua história!
Nós também adoramos museus, mas nem todos nos agradam… Este é o tipo que nos agradou: história, cultura local e interatividade. Vale a visita! 🙂
Independente de qualquer polêmica, achei incrível este museu e certamente visitaria! Aliàs, vc me deixou com muita vontade de conhecer Quito !
Mas cà entre nòs: cade o teu diploma????
hahahahaha
Hahaha, fiquei na duvida se postava ou não postava, mas já que você mencionou, vou postá-lo também! 🙂 Ah… e você irá gostar do Equador se for visitar, vai por mim! 😉
Tenho muita vontade de ir, porque meu marido foi a trabalho, mas conseguiu fazer alguns passeios turísticos e gostou muito.
É um destino surpreendente! Cheio de coisas legais! É um país meio esquecido pelos turistas do Brasil, mas vale a visita! 🙂
Sensacional! É um passeio que eu adoraria fazer, cheio de curiosidades e conhecimento. Super bacana. Parabens pelo post 😉
Bem isso, nós adoramos justamente por isso mesmo, conhecimento e curiosidades! 😉
Acho super legal essa linha do Equador e a sensação de estar em meio aos dois hemisférios, são coisas que só esse mundão mesmo tem pra nos surpreender. Amei as dicas!
É verdade! Uma sensação bem interessante! 🙂
Que legal aprender que a sabedoria indígena já sabia onde ficava a divisa do mundo. E adorei toda a história deste post, bem como as informações. Quero muito ver a experiência do ralo, mas espero que não seja truque, heheheheh. E o preço da atração é bem justo, legal. Gostei.
Pois é, o mais intrigante é saber sobre os povos indígenas, que já sabiam estas coisas de centro do mundo e tals, muito antes da tecnologia existir.
Que museu diferente é pela fotos parece ser muito legal, mas o que mais gostaria de fazer ai seria tirar essa foto no marco 00.00.00
Hehehe, esta foto não é tão impactante como a do Monumento da Ciudad Mitad del Mundo, mas o que deixa ela especial é o “calculado com GPS” hehe.
Uau, que lugar incrível. Adorei o post, cheio de informações maravilhosas. Fiquei muito curiosa para conhecer Quito. Parabéns.
Vale a pena Alessandra, é um lugar bem legal mesmo!
pegadinha do malandro salcifufu yeye aheuaheua ainda bem que falaram a verdade hein, se não passava despercebida! fiquei interessada na redução de cabeças, sempre me perguntem como diabos eles faziam isso!
Hahaha, vai vendo! Pois é esta parada das cabeças é realmente muito intrigante. 🙂