Como é fazer a trilha que contorna a cratera do Vulcão Quilotoa – Subestimamos a altitude.

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Resolvemos encarar a trilha que contorna a cratera do Vulcão Quilotoa, entretanto subestimamos a altitude do Equador! Por muito pouco não nos ferramos por lá! Confira agora como foi fazer a trilha do Quilotoa e os momentos tensos que passamos pelo caminho.

Vulcão Quilotoa – Equador 

Vulcão Quilotoa é um dos atrativos mais belos do Equador! Está localizado a aproximadamente 180 km de Quito e fica a cerca de 3900 metros de altitude!

trilha que contorna a cratera do Vulcão Quilotoa
Equador – Vulcão Quilotoa.

O vulcão está inativo e tem como principal destaque uma enorme lagoa formada em sua cratera.

A lagoa impressiona qualquer visitante pela coloração de sua água: um intenso verde mesclado com azul, que muda de cor a cada instante, dependendo da luminosidade.

Vulcão Quilotoa-Lagoa Quilotoa.
A beleza da Lagoa Quilotoa.

Nós fomos conhecê-lo a partir da cidade de Latacunga, que fica a cerca de 90 km de distância.

Além de servir de base pra visitar o Quilotoa, Latacunga também serve de base para ir ao famoso Vulcão Cotopaxi.

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Confira o vídeo que fizemos no Vulcão Quilotoa. Aproveita e se inscreve no canal!

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Visitando o Vulcão Quilotoa

Inicialmente nossa ideia era ir ao Quilotoa pra conhecê-lo e “se bobear” desceríamos até a lagoa e faríamos a trilha que contorna a cratera do vulcão. A principio não tínhamos muita certeza se realmente faríamos as trilhas.

No entanto, quando chegamos lá e vimos toda aquela beleza, não exitamos: descemos até a lagoa.

Pra dar um pouco mais de emoção, quando estávamos quase chegando lá em baixo, o tempo virou, choveu pra caramba e esfriou muuuiiito!

trilha que contorna a cratera do Vulcão Quilotoa
Descendo até a lagoa.

Apesar do frio que passamos lá em baixo, devido a beleza do lugar, resolvemos voltar no outro dia e dar a volta na cratera do Vulcão Quilotoa.

Foi uma experiência incrível, mas como uma boa aventura, também teve seus momentos tensos, beeeem tensos por sinal!

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A trilha que contorna a cratera do Vulcão Quilotoa

No outro dia pegamos um dos primeiros ônibus de Latacunga até o Quilotoa e chegamos lá pouco antes das 9h.

Logo que chegamos, tentamos pegar mais algumas informações no pequeno centro de informações, mas não nos foi acrescentado nada. Falta um pouco mais de treinamento e orientação pra atender os turistas. A menina que lá estava não sabia nada…

Demoramos um pouco pra começar a trilha, foi o primeiro erro: demorar pra começar a fazer a trilha!

Vulcão Quilotoa
O amor está no Quilotoa… (pelo menos antes de começar a trilha).

Primeiro trecho – tranquilidade total.

Começamos a fazer a trilha seguindo para o lado direito, em sentido anti-horário. Deste lado caminhamos uns 5 km sem nenhum desnível. Neste trecho tudo é muito tranquilo.

Aproveitamos muito o visual, o sol estava forte, a lagoa estava lindona e a cada passo dava vontade de tirar uma foto nova com aquele ângulo diferente.

Quilotoa - Equador
Logo no inicio da trilha que contorna a cratera do Vulcão Quilotoa.

Ao longo do primeiro trecho encontramos vários mirantes inusitados, com visuais incríveis! Devido a isso cometemos o segundo erro, que foi ficar muito tempo em determinados locais, fotografando e observando a beleza do local…

trilha que contorna a cratera do Vulcão Quilotoa
Mirante com personagem característico dos andes.
Mirante
Um mirante chique, com vidros e 2 andares.
Mirante
Tem até mirante com lojinha… este é o mirante da vaca.
Mirante
Um Mirante roots.

Este primeiro trecho é muito bem demarcado, tem placas indicativas com a trilha bem batida, sem nenhum perigo de se perder.

Trilha Vulcão Quilotoa
Trilha fácil, sem desníveis e bem batida.
trilha que contorna a cratera do Vulcão Quilotoa-
Aquela placa que faz falta lá do outro lado…

Segundo trecho – trechos mais ingrimes e desníveis.

Logo chegamos ao primeiro ponto ingrime, onde é preciso bastante esforço e a falta de ar nos lembra que estamos a 3900 metros de altitude!

trilha que contorna a cratera do Vulcão Quilotoa-Monte Juyende
Força na peruca! Bora encarar o Monte Juyende, não estamos nem na metade ainda!

Após “subir uma grande ladeira” logo atingimos o ponto mais alto do vulcão. Neste local há uma placa marcando os 3930 metros de altitude.

Neste trecho existem inúmeros desníveis com várias partes ingrimes e a altitude realmente pega forte. Os 12 km, que aparentemente são “só 12 km”, tem um peso muito maior.

Monte Juyende
3930 metros de altitude.

A partir deste trecho o cansaço começa a bater, o ar começa a fazer falta e os paços rendem menos.

Não se pode subestimar a altitude, é um fator que influência bastante na trilha, acredite!

Mesmo assim, cada ângulo diferente do vulcão dá uma energia a mais pra suprir o cansaço e a falta de ar.

trilha que contorna a cratera do Vulcão Quilotoa
A beleza na trilha que contorna a cratera do Vulcão Quilotoa.

Situação preocupante

Caminhando mais um pouco e começamos a substituir os olhares deslumbrados pela beleza do vulcão pela preocupação com uma grande nuvem branca que se aproximava e começava a fechar o tempo.

A preocupação aumentou quando vimos que os gringos que começaram a fazer a trilha mais ou menos junto com a gente, já estavam a no minimo meio vulcão de distância (conseguíamos avistá-los bem pois vestiam roupas com cores luminescentes).

trilha Quilotoa
O tempo fechando na cratera do Vulcão Quilotoa.

Terceiro trecho – desníveis e pouca visibilidade

Continuamos a trilha e a cada minuto o tempo fechava mais. A partir deste ponto, nada mais de fotos. Primeiramente porque tudo ficou completamente branco, segundo porque estávamos meio preocupados (bastante preocupados pra falar a verdade) e terceiro porque estávamos correndo contra o tempo, com medo de escurecer e a temperatura cair muito.

Trilha Quilotoa
Trilha sem visibilidade alguma.

Logo estávamos em meio a uma grande cerração, sem visibilidade alguma. Tudo bem, pensamos, é só seguir a trilha e não tem erro.

Quarto trecho – bifurcações, pouca visibilidade e trilhas aleatórias

Teoricamente a trilha é simples e contorna o vulcão sem risco algum. Seria muito fácil e não teríamos problemas… não fossem as bifurcações feitas pelas ovelhas das cholas, que surgiam do nada confundindo a trilha. Nestas alturas já estávamos cansados e bastante preocupados.

Não tínhamos mais noção de distância, não sabíamos se faltava muito, ou não e estávamos sem conseguir avistar absolutamente nada em nenhuma direção.

A primeira treta aconteceu quando pegamos uma destas bifurcações e caminhamos por cerca de 20 minutos. Quando começamos a descer, chegamos em uma plantação e vimos que não era a trilha certa.

Pouco antes tínhamos passado por algumas cholas que cuidavam de ovelhas e decidimos voltar pra perguntar a elas qual era o caminho certo. Chegando lá, misteriosamente, não tinha mais ninguém, nem sinal das cholas!

trilha que contorna a cratera do Vulcão Quilotoa-Chola
Uma Chola pelo caminho e a última foto da aventura.

Decidimos pegar o outro lado da bifurcação, que aparentemente era o certo (sim, era o certo)… O maior medo era pegar uma trilha que descesse até o lago, saindo da trilha que contorna a cratera.

Quinto trecho – trecho de areia e bifurcação

Seguimos a trilha e o bicho pegou mais ainda quando chegamos em um lugar onde existia uma casa de madeira em meio a um grande areal.

De lá uma rua partia pra algum lugar. No início da rua uma pequena placa sinalizava a existência de um vilarejo a “x” quilômetros (os números que indicavam a distância estavam danificados). Junto a placa existia uma propaganda de um hostel apontando pra mesma direção do vilarejo.

Ali no areal definitivamente nos preocupamos, já que existiam dezenas de saídas (pela areia) e nenhuma sinalização indicava a trilha.

Demos uns gritos pra ver se alguém respondia, mas o silêncio só era quebrado pelo eco de nossos gritos. Ficamos com medo de que a chuva começasse e que os raios que vimos no dia anterior voltassem a cair e atingissem nossas cabeças…

Enquanto a Paty aguardava eu fui tentar descobrir a trilha e percorri algumas delas por alguns metros, mas não tive certeza de nenhuma e meu instinto me dizia que nenhuma delas era a trilha correta (de fato não eram).

Indo até o vilarejo para pedir ajuda.

Decidimos então descer até o vilarejo pra pedir informação e ajuda. Descemos uns 3 km e nem sinal de vida. Pelo menos lá em baixo não tinha tanta cerração e conseguimos avistar alguns telhados, bem longe.

Continuamos a descer e de repente, no meio do nada (literalmente), avistamos uma menina, sentada no meio da garoa, fazendo trico e cuidando de meia duzia de vacas que pastavam. Perguntamos a ela se o hostel (da propaganda na placa lá em cima) estava longe, e ela não fazia nem ideia de hostel, hotel ou o que fosse…

Perguntamos se na vila tinha algum táxi e ela disse que não! Perguntamos se tinha saída lá do vilarejo, ou pra Latacunga, ou pra qualquer lugar e ela respondeu que não, ou seja, teríamos que voltar, subir até o vulcão novamente e encontrar a trilha.

Como já era aproximadamente 16h pedimos pra ela nos ajudar e nos levar até o centro de informações (fim da trilha). A principio ela não quis nem saber, mas logo entrou na casa e trouxe sua mãe, que queria nos cobrar 25 dólares pra nos levar…

Se tivéssemos 25 dólares conosco pagaríamos sem exitar, porque nestas alturas do campeonato já estávamos muito cansados e bem preocupados. Como não tínhamos ali, oferecemos 10 dólares, já que ainda precisávamos pagar o ônibus pra voltar pra Latacunga e só estávamos com cartão e 18 dólares.

A Cholita não queria ir, mas como insistimos (quase imploramos) ela topou… Perguntamos quanto tempo ainda tinha até o fim da trilha e ela disse mais de 2 horas… Logo entendemos porque ela não queria ir!

Pois bem, ela subiu conosco até o vulcão, mas quando chegamos na trilha da cratera do vulcão, a cerração tinha baixado e conseguíamos ver tudo, ou seja, não era mais preciso que ela fosse conosco até o fim da trilha. Mesmo assim demos 8 dólares pra ela e agradecemos muito!

Sexto trecho, escalar umas pedras pra achar a continuação da trilha

Ela nos mostrou a saída e a trilha certa, que por sinal é muito mal sinalizada e jamais iríamos achar sozinhos com cerração!

A trilha sai do areal por cima de uma parede de pedras e é preciso subir as pedras, pra depois pegar a trilha que segue normalmente!

Não existe nenhum tipo de sinalização, nem nada e muito provavelmente as trilhas que existem pra todos os lados são feitas por pessoas que procuram o caminho correto. Poderiam colocar placas indicativas, como tem lá do outro lado, ajudaria bastante!!!

Sétimo trecho – quase plano, com poucos desníveis.

Prosseguimos a trilha e a partir dali a corrida foi contra o tempo! O último ônibus para Latacunga saia 17h e já era quase 16h. Já estávamos esgotados e eu jurava que a Patricia não ia aguentar, mesmo porque precisaríamos impor um bom ritmo. Apuramos o passo e ainda conseguimos chegar ao centro de turismo às 17h10.

De lá avistamos o ônibus parado no ponto e como tinha mais uns 10 minutos de caminhada pedimos carona pra um cidadão que estava passando com uma caminhonete branca. Ele nos deu a carona de 700 metros e quando fomos desembarcar queria cobrar 3 dólares.

Disse a ele que pedimos carona e não iriamos pagar então o cidadão ficou agitando, começou a engrossar e logo, com medo de perder o ônibus que estava no ponto, dei 10 dólares pra ele tirar os dólares malditos!

Pra fechar, o corno ainda deu o troco errado (com certeza propositalmente) e faltou mais 1 dólar. Como só olhamos por cima e nem contamos as moedas (pois saímos correndo pro ônibus), só fomos perceber depois que estávamos dentro do ônibus.

Chegando no ônibus, o motorista aguardou mais uma meia hora, disse que sempre esperam mais tempo, já que é muito comum pessoas chegarem da trilha após as 17h30! Estávamos completamente esgotados, mas tranquilos e quentinhos dentro do buzão!

O que aprendemos com tudo isso

Tudo deu certo apesar do susto! Se faríamos a trilha novamente? Com certeza sim, porém começaríamos bem mais cedo.

Para isso posaríamos nas pousadas que ficam em frente ao Quilotoa, ou posaríamos na cidade de Zumbahua, ou no minimo pegaríamos o primeiro ônibus que sai de Latacunga e começaríamos a trilha imediatamente, sem bobear muito ao longo do trajeto!

trilha que contorna a cratera do Vulcão Quilotoa
Trilha da cratera do Vulcão Quilotoa.

Outra coisa que faríamos seria iniciar a trilha que contorna a cratera do Vulcão no sentido horário, começando pela esquerda do centro de atenção ao turista.

Deste lado esquerdo estão as maiores dificuldades da trilha, como desníveis, bifurcações e falta de sinalização, portanto, como pela manhã, normalmente o tempo é mais aberto, no final da trilha sobraria aquela parte que citamos acima, como sendo uma parte tranquila, sem muitos desníveis e bem sinalizada.

Não subestime a altitude

Se você está pensando em fazer a trilha, não se assuste com nosso relato, a trilha que contorna a cratera do Vulcão Quilotoa é super linda e vale a pena, entretanto tenha em mente que a altitude é um fator que deve ser considerado e o tempo que você leva pra fazer 12 km sem altitude será bem maior. O esforço é muito grande e o cansaço com ar rarefeito é sinistro!

Outra coisa, não se preocupe tanto com o ônibus, como fizemos, pois se perder o ônibus que vai até Latacunga é só pegar um táxi até a cidade de Zumbahua e de lá pegar ônibus até Latacunga, já que de lá existem mais opções de horários à Latacunga. Como não estávamos raciocinando direito, até esquecemos disso no dia.

Se puder leve um mapeamento da trilha. Aqui no Wikiloc dá pra baixar o mapeamento pra ficar mais tranquilo e não correr o risco de “se perder” se a cerração baixar.

Não esqueça dos princípios básicos para fazer uma trilha. Use Sapato adequado (de preferência bota pra caminhada) e roupa leve; não esqueça água, lanche, frutas, barras de cereal etc. Não esqueça também de levar roupa adequada para mudanças climáticas. Avise alguém que está indo fazer esta trilha e recolha todo seu lixo!


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2 COMENTÁRIOS

  1. Olá, estou a caminho do Equador em novembro e quero muito conhecer o Quilotoa. Vou com meus pais que são idosos, então pensei em fazer somente 1/3 da trilha, ou seja, voltar quando começa a ficar mais difícil, antes da primeira subida. Algum problema em voltar pelo mesmo lugar? Aparentemente também se consegue ver toda a lagoa neste local, não?
    Maravilhoso post!

    • Olá Nivia, sem problemas e até recomendo exatamente isso, já que vai poder ver outro angulo da cratera, dar uma caminhada tranquila e não irá se desgastar muito. Faça a trilha do lado direito do centro de informações, que é mais tranquila. 🙂 Boa viagem!

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