Ingapirca, a Machu Picchu do Equador.

Fomos a Cuenca para conhecer uma das cidades mais belas do Equador. Mas além da beleza de Cuenca, descobrimos diversas atrações legais em sua redondeza. Uma destas atrações é nada mais nada menos que o maior conjunto de ruínas incas do país, as Ruínas de Ingapirca. Confira neste post como foi visitar Ingapirca, a Machu Picchu do Equador.

Ingapirca – Equador

Ingapirca é o sitio arqueológico pré colombiano mais importante do Equador. Também é o conjunto de ruínas Incas mais bem preservado no país e um dos principais atrativos turisticos da região dos arredores de Cuenca.

As ruínas de Ingapirca estão localizadas na província de Cañar, a cerca de 80 km da cidade de Cuenca. Ficam a 3160 metros de altitude, no sul do Equador, entre as montanhas da Cordilheira dos Andes.

Aliança entre Cañaris e Incas

O complexo começou a ser construído pelo povo Cañari, que habitou a região por muito tempo antes da chegada dos Incas.

Nossa guia nos contou que ao contrário de outras localidades, onde os Incas chegavam e dominavam os povos locais, em Ingapirca os Incas não conseguiram dominar os Cañaris e em todas as investidas perderam as batalhas. Assim, ao invés de submeter os rivais ao próprio domínio, foram obrigados a fazer uma aliança.

Esta aliança fica clara na divisão das edificações do complexo, onde em um lado podemos observar o estilo típico Cañari e do outro lado podemos ver o estilo arquitetônico Inca.

No idioma Kichwa Ingapirca significa “Muro do Inca”, ou “Parede do Inca”. Não nos pareceu difícil entender porquê. De longe dá pra ver o Templo do Sol em destaque sobre um dos pontos mais altos do sítio arqueológico, imaginamos que seja por isso.

Segundo nossa guia, a cultura Cañari não foi deixada de lado com a presença dos Incas e os dois povos conviveram em harmonia por um bom tempo. Para que isso fosse possível aconteceu um casamento entre nobres dos 2 povos…

Matriarcado

O detalhe interessante é que na cultura Cañari prevalece o matriarcado e segundo nossa guia, assim continuou a cidade mesmo com a presença dos Incas.

Ainda que as 2 culturas fossem respeitadas, a cultura Cañari predominava e segundo nossa guia os Cañaris eram os que “mandavam no pedaço”. Embora a história contada por nossa guia seja bem interessante e tenha nos parecido bem convincente, não encontramos confirmações destas informações em nenhum lugar na internet.

Até mesmo alguns sites oficiais do turismo do Equador falam que embora os Incas tenham de fato feito uma aliança com os Cañaris, mais tarde, acabaram dominando a região.

Nós acreditamos muito na versão de nossa guia, mas fica aqui os dois lados da moeda. 😉

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Como é visitar Ingapirca

Para visitar o Sitio Arqueológico de Ingapirca é preciso pagar uma taxa de 6 dólares. Esta taxa da direito a um guia, ou melhor a uma guia.

Os locais procuram manter os costumes Cañaris, onde a mulher tinha papel destacado, sendo assim, quem mostra as ruínas para os turistas são as mulheres.

O primeiro trajeto da visita é realizado através das ruínas Cañaris, onde se pode perceber uma forma de construção aparentemente mais rudimentar com pedras empilhadas.

Ao longo do percurso, enquanto o visitante vai visualizando as ruínas, a guia vai complementando o passeio com muitas informações. Aliás, temos que parabenizar as guias de Ingapirca pelo conhecimento sobre a região e sobre as culturas Inca e Cañari.

Enquanto caminhávamos pelo trajeto o tempo, que estava ensolarado, mudou repentinamente e após uma chuva rápida esfriou bastante. Logo passou a chuva e fez sol novamente… Fica a dica, leve roupa pro calor e pro frio.

Depois de percorrermos o primeiro trecho, onde predomina a arquitetura Cañari, logo chegávamos ao “lado Inca de Ingapirca”.

De imediato, a primeira coisa que vem a sua cabeça, quando você olha o estilo das construções, é o Machu Picchu. Não tem como não associar!

As construções com pedras encaixadas e cortes precisos, são típicos do estilo “quebra cabeça” Inca.

O Templo do Sol, que é a maior construção do complexo, lembra muito o Templo do Sol do Machu Picchu e de outras ruínas incas espalhadas pela América Latina.

Sem dúvida a parte arquitetônica mais interessante do complexo de Ingapirca é a parte onde predomina a cultura Inca.

Tempo de visita

A visita guiada por todo o circuito leva em torno de uma hora. Após concluir o percurso é possível visitar, sem guia, uma outra parte do complexo.

Nesta outra parte existem alguns vestígios de ruínas e algumas rochas com formatos, entre elas uma cara de um indígena, que é a atração mais importante desta parte de Ingapirca.

Nós não encaramos este trecho, pois o tempo não seria suficiente, visto que não queríamos perder o ônibus.

Extraterrestres em Ingapirca

Ainda ficamos um bom tempo conversando com nossa guia e surgiu o papo de extraterrestres. Ficamos impressionados com os relatos que ouvimos, não só dela, mas também dos outros equatorianos que moravam por ali.

A precisão das histórias é tanta que é impossível alguem inventar algo assim por qualquer motivo…

Antes de sair ainda tivemos um show à parte proporcionado pelas lhamas de Ingapirca. Todas se posicionaram na saída do complexo, como se falassem – pronto agora que vocês já viram as ruínas podem nos fotografar à vontade.

Museu de Ingapirca

Terminamos nosso passeio visitando o pequeno museu que existe junto a entrada do complexo. O museu tem um acervo pequeno mas bem envolvente.

O museu possui alguns objetos pré-hispânicos e conta um pouco sobre a cultura Cañar, Inca e também sobre a cultura local.

Vale a pena visitar Ingapirca?

A visita a Ingapirca é bastante válida. O lugar é realmente interessante e de fato lembra Machu Picchu, embora em uma proporção menor.

Vale ressaltar que é possível que existam muitas ruínas soterradas e pode até ser que as ruínas de Ingapirca sejam maiores que as ruínas de Machu Picchu.

Infelizmente, por falta de recursos, o local ainda não foi escavado. Outro agravante é que antes do governo proteger a área e abrir ao público, a população utilizou muitas pedras das ruínas para construções particulares. Boa parte das construções históricas terminaram sendo destruídas, assim como infelizmente aconteceu em várias localidades no mundo.

Assista o vídeo sobre Ingapirca, aproveite pra se inscrever em nosso canal:

Como chegar a Ingapirca

Do terminal rodoviário de Cuenca partem dois ônibus da Cooperativa Cañar. O primeiro às 9h e o segundo às 12h20. O retorno é às 13h e às 15h45. O valor é de US$3,50 cada trecho.  Estes ônibus tem como ponto final exatamente a entrada do complexo de Ingapirca.

Também é possível pegar qualquer ônibus até a cidade de El Tambo e de lá pegar outro ônibus (a cada meia hora) até Canãr.

SERVIÇO:

Ingapirca

Valores por pessoa
Entrada inteira US$6,00

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